segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Educação infantil deve dar ênfase para brincadeiras e para o social

Fonte: Simone Harnik - UOL educação - Em São Paulo
A creche e a educação infantil, de acordo com especialistas ouvidos pelo UOL Educação, devem ser estágios lúdicos do ensino. Ou seja, se você é pai ou mãe e deseja que seu filho de até seis anos tenha uma carga de conteúdos densa para chegar preparado aos vestibulares e ao mercado de trabalho, não é na pré-escola que isso deve se manifestar. Para uma criança de até cinco anos, o importante na instituição de ensino é ter estímulo para brincar, aprender a conviver com os coleguinhas e ter a segurança física garantida.
"Na pré-escola, o colégio deve valorizar as brincadeiras e não só o conteúdo. É importante ter conteúdo também, mas ele tem de ser trabalhado nos jogos, por exemplo. É importante que a criança tenha um espaço ao ar livre para brincar e jogos desafiadores", afirma a professora da Faculdade de Educação da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) Maria Del Cioppo Elias. Na educação infantil, escola deve ser um espaço para brincadeiras desafiadoras. Isso não significa, no entanto, que a criança deva participar apenas de atividades bobinhas e leves. "Não pode ser o brincar pelo brincar. Os jogos têm de ter finalidade", aponta a presidente da ABPp (Associação Brasileira de Psicopedagogia), Quézia Bombonatto.Segundo Maria, na hora de selecionar uma instituição de ensino, é fundamental olhar se o número de profissionais é adequado para atender os alunos. Além disso, o pai só deve matricular seu filho se puder participar do processo de adaptação do estudante. "Existem escolas que o pai só pode ficar na porta, do lado de fora, e isso não é recomendável", aponta.Outro ponto a ser observado é se os profissionais da escola lidam bem com os problemas de relacionamento entre os estudantes. "Na faixa etária da pré-escola, muitas vezes uma criança fica submissa à outra dentro do grupo. A escola tem de ter um cuidado muito grande com isso, um grupo de funcionários que preste atenção às atividades no recreio. E ser capazes de lidar com estudantes mais agressivos, pois crianças batem e mordem muito nessa idade", diz.Agora, se seu filho estiver já na pré-escola e reclamando de apanhar dos professores ou dos coleguinhas, cuidado: pode não ser verdade. "A criança pode fantasiar e aumentar as histórias. Por isso, é importante que a família esteja próxima da escola. Deve participar das reuniões e estar atenta, não só para a alfabetização. Muitas vezes o aluno começa ter sintomas de não aprender para mostrar que está insatisfeito", adverte Quézia.
Orientações gerais Outros pontos também podem ser observados e valem tanto para a escolha da educação infantil, da creche e do início do ensino fundamental.
Confira:
Alimentação - A escola oferece alimentação? Como é o funcionamento da cantina? É preciso levar dinheiro para comprar ou a escola oferece selos, que o pai compra e dá para o filho? "E a qualidade dos alimentos oferecidos também deve ser observada. Porque o filho pode começar a voltar da escola e não querer comer em casa, por ter tomado muito refrigerante, por exemplo", diz Quézia.
Infraestrutura - Qual é a estrutura do imóvel? Ele tem área de lazer? As classes são iluminadas e claras? Há limpeza e segurança para os estudantes?
Mensalidade - Não tente dar um passo maior do que a perna e procure colégios que caibam dentro do orçamento. "A escola que tem muitos inadimplentes acaba comprometendo seu serviço", aponta Quézia.Passeios e atividades fora da escola - Os estudantes terão muitos trabalhos de campo, visitas a museus, cinemas, teatros? A princípio, atividades como estas estimulam o aprendizado. No entanto, podem ser a exclusão do aluno cuja família não pode pagá-las. Pergunte à diretora sobre os custos anuais das viagens.Perfil do seu filho - Seu filho é um miniartista? Um desenhista em potencial? Um atleta? Precisa de rigidez ou é tímido? Veja qual o perfil da criança e procure instituições de ensino que estimulem sua aprendizagem.
Transporte - Nas grandes cidades, como São Paulo, a distância da escola pode representar um problema. Ainda mais se os pais trabalharem e precisarem buscar os filhos no colégio. É fundamental escolher uma instituição localizada em área estratégica para a família - seja perto de casa ou perto do trabalho.
Avaliação - Como a escola mostra os resultados dos estudantes? Há nota ou conceito? A família tem acesso ao boletim? Vale lembrar que existem diferentes tipos de avaliação (há escolas que aplicam provas e outras que não aplicam, por exemplo), e você pode procurar o colégio mais adequado aos seus valores.
Lição de casa - O colégio dá tarefas longas para seu filho levar para casa? Isso pode ser bom ou ruim, dependendo de cada família. Veja se você tem condições de orientar seu filho nas lições de casa e se elas exigem a participação dos pais.
Biblioteca - A biblioteca tem o acervo atualizado e permite que as crianças manipulem os livros? "A biblioteca tem de ter livros destinados à faixa etária dos estudantes. Não adianta ter uma coleção maravilhosa de enciclopédias para adultos", afirma Cristiano Muniz, professor da Faculdade de Educação da UnB (Universidade de Brasília).
Mobiliário - Os móveis são adequados para as crianças? Ou os estudantes são obrigados a sentar em cadeiras de um braço só? Veja se as mesinhas e cadeiras estão em bom estado. Se for o caso de uma creche, confira se a escola tem móveis adaptados para trocar as crianças e se há espaço para soneca.

Instrução Conjunta Cenp/Cogsp/CEI/DRHU,de 21-8-2009

Reorganização do calendário escolar do ano letivo de 2009
A Coordenadora de Estudos e Normas Pedagógicas, os Coordenadores de Ensino da Região Metropolitana da Grande São Paulo e do Interior e o Diretor do Departamento de Recursos Humanos, com fundamento no artigo 3º da Resolução SE nº 57, de 12 de agosto de 2009, e considerando:
a necessidade de se assegurar aos educadores, pais e alunos
a tranqüilidade para retornarem ao convívio nas e com as escolas;
a necessidade de se garantir aos alunos prosseguimento dos estudos, observados os conteúdos, atividades e demais ações previstas na proposta pedagógica da escola;
o princípio da flexibilidade que deve nortear as ações dos educadores, sem prejuízo da qualidade do processo ensinoaprendizagem.
Expedem a seguinte Instrução:
1 – a Equipe Gestora de cada unidade escolar, ao reformular o calendário escolar deverá rever as suspensões de aulas previstas para reuniões, conselhos, datas comemorativas e outras, priorizando as atividades discentes nas respectivas datas e reprogramando as demais atividades para os sábados.
2 – Quando as atividades programadas para fins de cumprimento dos mínimos de dias letivos e horas de efetivo trabalho escolar forem programadas para serem desenvolvidas aos sábados, as aulas deverão ser planejadas pela equipe escolar de modo a assegurar que todos os conteúdos programáticos de todas as disciplinas correspondentes ao dia letivo previsto, mas não cumprido, sejam desenvolvidos, independentemente da abordagem metodológica e da forma organizacional selecionada pela respectiva equipe escolar, inclusive com relação ao tempo de duração da jornada escolar e de cada aula, desde que atenda ao mínimo de horas e dias letivos previstos em lei.
3 – As atividades planejadas para o desenvolvimento dos conteúdos das disciplinas ministradas aos sábados podem ocorrer de forma flexibilizada, de modo a permitir que parte desses conteúdos seja tratada na escola e parte, por meio de exercícios domiciliares orientados e avaliados pelos professores.
4 – a reorganização curricular deverá observar o disposto na Instrução CENP/DRHU de 18, publicada no D.O. de 19.8.2009, quanto a jornada de trabalho e demais aspectos funcionais da equipe escolar.
5 – o Diretor de Escola deverá:
5.1 – elaborar com a equipe escolar o plano de aulas;5.2 - consultar o Conselho de Escola sobre a viabilidade da programação proposta;5.3 - submeter o plano elaborado à apreciação do Supervisor de Ensino;5.4 – comunicar aos alunos e aos seus responsáveis o calendário reformulado.
6 – o Dirigente Regional de Ensino deverá:
6.1 – homologar os planos apreciados pelo Supervisor de Ensino;6.2 – encaminhar, via e-mail, à respectiva Coordenadoria de Ensino, plano consolidado.6.3 – acompanhar o cumprimento dos planos homologados;6.4 - observar os procedimentos relativos à freqüência dos docentes e discentes às atividades propostas nos planos homologados.
7 – Esta instrução entra em vigor na data de sua publicação.

Resumo da reunião na SE sobre a reorganização do ano letivo (21/08/09)

Fonte: UDEMO
Resumo da reunião na SE sobre a reorganização do ano letivo (21/08/09)
( Instrução Conjunta CENP / COGSP / CEI / DRHU, de 21/08/09, DO de 22/08/09)
1. O que a Udemo, a exemplo das demais entidades da educação, levou como propostas:
a) Considerar, excepcionalmente, o período de suspensão das aulas como de efetivo trabalho escolar, sem necessidade de reposição, como já ocorreu antes (surto de meningite; greves longas); b) Não sendo atendida a proposta anterior, que se permita às escolas públicas flexibilizar o calendário escolar, como está ocorrendo com as escolas particulares, que não são obrigadas a cumprir os 200 dias letivos, por decisão do Conselho Estadual de Educação. c) Não sendo atendida nenhuma das propostas anteriores, então que cada escola decida como fazer a sua reposição e que se pague como serviço extraordinário todo o trabalho que vier a ser prestado pelos professores, funcionários e equipe gestora, em função da reorganização do calendário.
2. Posição da S.E. sobre as propostas da Udemo (e das demais entidades da educação):
a) A S.E. não abre mão dos 200 dias letivos para todas as escolas da rede pública estadual; b) Não haverá pagamento de serviço extraordinário, em hipótese alguma, podendo haver, no entanto, compensação por trabalho prestado a mais; ou seja, trabalhou um dia a mais, tira um dia de folga; c) Na medida do possível, os sábados não deverão ser usados para aulas, ficando para as atividades que não envolvem alunos: replanejamento, conselhos de classe/série, etc. d) As aulas de reposição não precisarão ter, necessariamente, 45 e 50 minutos. A duração dessas aulas fica a critério de cada escola, ou seja, do que for aprovado pelo Conselho de Escola; e) As eventuais suspensões de atividades nas escolas (que não feriados) previstas no calendário deverão ser usadas para dias de aulas (por exemplo, o dia do professor, dia do funcionário público, etc.) f) A LDB deverá ser cumprida, com relação ao calendário escolar, ou seja, mínimo anual de 200 dias e 800 horas de efetivo trabalho escolar.
3. Mediante esse impasse, a Udemo recomenda:
a) Todas as escolas deverão evitar colocar aulas aos sábados, só o fazendo quando for absolutamente imprescindível; b) Se houver absoluta necessidade de trabalho aos sábados, que seja, de preferência, com as atividades que não envolvem alunos: replanejamento, conselhos etc.; c) A LDB prevê 200 dias de efetivo trabalho escolar, mas apenas 800 horas de trabalho. Portanto, as escolas que têm turnos de 6 horas, por exemplo, já têm um superávit diário de 2 horas. Essas escolas terão de repor os dias letivos, mas não as horas, o que significa que se elas colocarem apenas uma hora de trabalho aos sábados, por exemplo, já estarão atendendo a LDB e a S.E, já que o problema é o número de dias e não a quantidade de horas letivas.
4. Esclarecimentos prestados pela S.E., durante a reunião:
a) Duração das aulas de reposição: quem decide é o Conselho de Escola. Não há limite nem sugestão; b) Sábado à noite: não deve haver aulas; c) As escolas de três períodos diurnos (3D) não precisarão repor nada, por já terem um superávit de dias e horas letivas; d) Os conteúdos que não puderem ser contemplados em aula, deverão ser cobrados através de exercícios domiciliares.
5. Posição da Udemo, após a reunião:
a) Não fomos nós que provocamos a suspensão das aulas. b) Não fomos nós que mandamos suspender as aulas, por medo da gripe. Aliás, de acordo com o ex-presidente da Cruz Vermelha na França, e especialista em doenças infecciosas, Marc Gentilli, "o excesso de preocupação e gastos com a prevenção da gripe A (H1N1) tornou-se a pandemia da indecência, fruto do medo que as autoridades têm de ser criticadas. Toda essa dramatização foi cara e desnecessária". c) Se não somos nós os culpados, não poderemos ser nós os penalizados. d) Sabemos que essa reposição será "só para inglês ver"; ou seja, em bom português, uma grande enganação, sem nenhum proveito educacional para os alunos, e com um grande e desnecessário desgaste para os profissionais da educação. e) Lamentamos essa imposição da S.E., quando o próprio Conselho Estadual de Educação entendeu que a melhor saída não é essa, e deu encaminhamento diferente para as escolas da rede particular.