quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Governo de SP lança curso de gestão a distância e 1.350 vagas de pedagogia pela Univesp

Fonte: 26/08/2009 - 12h30 - Da Redação - UOL educação - Em São Paulo
O governo de São Paulo lança, nesta quarta-feira (26), o primeiro curso tecnológico público ministrado a distância e os editais da graduação de pedagogia e da especialização em filosofia, pela Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo).O tecnológico será de processos gerenciais (antigo gestão empresarial) e deve ter aulas em agosto de 2010, ministradas pelo Centro Paula Souza. Já pedagogia e especialização em filosofia devem ter aulas no primeiro semestre de 2010, oferecidas pela Unesp (Universidade Estadual Paulista). O início do curso para formação de professores estava previsto ainda para 2009, mas desentendimentos entre a universidade e a Univesp adiaram a celebração do convênio.Pedagogia a distância se destina a professores da rede pública e privada, terá 1.350 vagas iniciais, e pretende oferecer 5.000 ao longo de 2010 e 2011. As inscrições para o vestibular acontecem ainda neste ano; o curso terá início no primeiro semestre de 2010, com três anos de duração (carga horária total de 3.390 horas) e 40% das atividades no modo presencial, em atividades realizadas nos cerca de 30 polos distribuídos pelo Estado de São Paulo. Para se inscrever, o candidato deve estar em atividade docente da rede pública ou privada do Estado de São Paulo. A especialização em filosofia deverá ter 750 vagas para processo seletivo neste ano.
Processos gerenciais
Segundo o governo, o curso tecnológico na área de gestão foi escolhido para atender a demanda de profissionais do mercado. Nas estimativas do Estado, 70% dos gestores de pequenas e médias empresas do país não têm formação superior.Inicialmente, serão oferecidas 80 vagas em cada polo de ensino a distância. O número deve chegar a 3,2 mil, quando 40 polos estiverem instalados nas 47 Fatecs (Faculdades de Tecnologia) do Estado. Nesses locais haverá infraestrutura para aulas e provas. O curso terá duração mínima de três anos, com 70% a 80% das aulas a distância - o restante será presencial.O Centro Paula Souza ainda pretende oferecer cursos extracurriculares de inglês e espanhol - com duração de dois semestres. Serão abertas 10 mil vagas (7.500 de inglês e 2.500 de espanhol) que devem atender, ainda neste semestre, estudantes da Região Metropolitana de São Paulo.
Univesp lança canal
O projeto Univesp envolve a Fundação Padre Anchieta, responsável pela produção e transmissão de cursos, a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo), que desenvolveu o ambiente virtual para a gestão dos cursos via internet, e a Imprensa Oficial do Estado, que fornecerá material didático. Além do Centro Paula Souza, com suas Fatecs, participam as três universidades públicas paulistas - Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).Nesta quarta-feira (26), a TV Cultura estreia o canal Univesp TV, no no espaço da multiprogramação digital. Ele pode ser sintonizado por meio de um conversor digital no canal 24.2. Nesta quarta, a programação terá início ao meio-dia e, posteriormente, exibição diária entre 8h às 23h. Diariamente estão previstas três horas de programação inédita.O canal veiculará a partir de 2010, programas ao vivo, no horário das atividades presenciais - lecionadas em diversos pólos espalhados pelo Estado - e que servirão como ponto de partida para as discussões das atividades em sala de aula para cursos a distância.

Linhas pedagógicas: veja como elas funcionam e qual tem mais a ver com seu filho

Ana Okada - UOL - Em São Paulo - 26/08/09
Cada escola usa os preceitos de uma ou mais linhas pedagógicas para "moldar" suas aulas. Essas teorias, no entanto, nem sempre se manifestam puramente no dia a dia dos alunos. Segundo a professora Cecília Hanna Mate, da USP (Universidade de São Paulo), é possível encontrar práticas que utilizam um ou mais aspectos de diversas linhas ao mesmo tempo, assim como é possível haver posturas individuais de escolas que seguem apenas uma dessas tendências. A professora, no entanto, pondera que a metodologia de ensino é apenas um dos fatores que rege a sala de aula: "É fundamental entender que no cotidiano de uma sala de aula há sempre o imprevisível e o imponderável, que as tendências procuram prever, regular, classificar, pois a pedagogia é uma normatização da conduta, da inteligência e do sentimento". Segundo os especialistas consultados pelo UOL Educação, a coordenação pedagógica da escola é quem deve informar os pais sobre qual linha pedagógica é adotada na instituição. Mais do que saber a pedagogia que a escola adota, é interessante que os pais possam verificar, durante as aulas normais dos alunos, exemplos de atividades que são realizadas nas aulas, para que se possa comparar o que é dito ao que é de fato ensinado.Saiba mais sobre algumas das linhas pedagógicas mais adotadas nas escolas brasileiras:
Escola comportamentalista
Como funciona: A concepção comportamentalista enfoca a técnica, o processo e o material postos em jogo. O ensino deve ser bem planejado, com materiais instrucionais programados e controlados. O objetivo é que os resultados possam ser mensurados e que o estudante adquira os comportamentos desejados, moldados segundo necessidades sociais determinadas.Por essa pedagogia, o professor tem como tarefa controlar o tempo e as respostas dos alunos, dando-lhes feedback constantes. O aluno é visto como alguém que pode aprender a partir de estímulos, que são recompensados, caso os objetivos sejam alcançados.Avaliação: O processo de avaliação é feito por provas, semelhantes às da linha tradicional.
Escola construtivista
Como funciona:No construtivismo, o saber não é passado do docente ao aluno: o estudante é que constrói o conhecimento, por meio da formulação de hipóteses e da resolução de problemas. O objetivo do construtivismo é que o aluno adquira autonomia. A ênfase está no aspecto cognitivo.As disciplinas são trabalhadas em uma relação mais próxima com os alunos e envolve diversos elementos, como música e dramatização. As séries são organizadas em ciclos.Avaliação: A linha construtivista foi idealizada para que não houvesse provas, uma vez que o aluno deve construir o conhecimento ao longo das aulas. As escolas, no entanto, podem adaptar esse conceito em suas avaliações.Apesar de estar muito em voga no Brasil e em muitos países ocidentais, há também muitas controvérsias quanto à aplicabilidade do construtivismo em nossa realidade. Segundo a professora Cecília, falta de condições estruturais (como condições de trabalho dos professores e o número de alunos por sala) e aspectos políticos e ideológicos são alguns dos pontos criticados por especialistas.
Escola freiriana
Como funciona: Pela pedagogia baseada nas ideias de Paulo Freire, que é mais voltada para a alfabetização, os aspectos culturais, sociais e humanos do aluno devem ser levados em conta. Esta postura implica em ouvir o aluno para ajudá-lo a construir confiança, para que ele possa entender o mundo por meio do conhecimento.Segundo Freire, o conhecimento faz sentido para o estudante quando o transforma em sujeito que pode transformar o mundo. Bom senso, humildade, tolerância, respeito, curiosidade são alguns dos princípios defendidos por essa corrente. A educação se torna uma ferramenta para "libertar" o aluno.Avaliação: Assim como a linha construtivista, pedagogia de Paulo Freire não prevê provas, mas as escola podem ter avaliações.
Escola montessoriana
Como funciona: A metodologia foi criada pela educadora italiana Maria Montessori e parte do princípio da experiência concreta e da observação. A ideia é que o aluno possa utilizar o conhecimento que já tem como base para a abstração e, assim, assimilar novos conceitos.As salas de aula das escolas que adotam essa pedagogia têm, em média, 20 alunos e procuram ter diversos materiais para estimular a aprendizagem. Em vez de a professora passar as lições, as atividades ficam dispostas em sala e o aluno escolhe qual irá fazer no dia. Ele deve cumprir os módulos obrigatórios para avançar os estudos. As salas podem ser ordenadas por séries, como no ensino tradicional, ou por ciclos, com mais alunos de idades diferentes na mesma sala.Segundo a pedagoga e psicopedagoga Edimara Lima, a vantagem do método é que o aluno pode aprender de acordo com seu ritmo: "Quem caminha mais rápido vai mais rápido, e quem precisa ir mais devagar recebe tarefas paralelas para aprender o que precisa". "A criança aprende a fazer escolhas, tem exercício de independência e autonomia."Avaliação: Pode ter provas ou não, de acordo com a escola. Quando não há provas, a avaliação é feita a partir dos registros que o professor tem sobre a produção do aluno. No final do ensino fundamental e do médio pode haver monografia.
Escola tradicional
Como funciona: Na pedagogia tradicional o professor é a figura central. Ele ensina as matérias de maneira sistematizada e o aluno absorve esses conhecimentos como se fosse uma "tabula rasa". Apesar de vigorar em muitas escolas, essa prática se instituiu por "inércia da burocracia e do cotidiano escolar e pela crença de que o conhecimento era imutável e transmissível", segundo Cecília.Nas aulas tradicionais, os conhecimentos são concebidos como verdades não sujeitas a variações nem à dependência de contextos, diferentemente de pedagogias mais modernas, em que o estudante deve "construir o conhecimento" e não simplesmente absorvê-lo.Avaliação: A forma de promoção é a avaliação, que mede a quantidade de conhecimento que foi memorizada. Quem não alcança a pontuação mínima é reprovado e deve cursar a mesma série novamente.De acordo com a professora, muitas características do ensino tradicional estão presentes no Brasil e no mundo "já que a própria formação de professores ainda é extremamente tradicional".
Escola Waldorf
Como funciona: A pedagogia Waldorf prioriza as necessidades do desenvolvimento do estudante. A trajetória da criança é composta por ciclos de sete anos, nos quais ela tem um tutor. As aulas do ensino infantil nesse sistema tem ênfase em artes e em trabalhos manuais, como marcenaria, culinária etc.Diferentemente do ensino tradicional, em que os alunos tem preocupações com horários e conteúdo a ser aprendido, na Waldorf o que é levado em conta são as etapas de desenvolvimento do estudante.
Tendência democrática
Como funciona: As escolas democráticas são baseadas na Escola Summerhill, nascida na Inglaterra. Segundo a professora Cecília, elas são uma uma crítica à educação tradicional, que seria baseada no "medo e no controle baseado em ameaças veladas, presenças obrigatórias e outras imposições".Seu grande diferencial é que seus alunos não são "obrigados" a assistir as aulas obedecendo um cronograma comum, único. Eles escolhem as atividades a fazer de acordo com seus interesses. Avaliação: Para avaliar os alunos, procura-se abolir também lições de casa e provas; a avaliação é feita por sua participação e por trabalhos que podem ser escritos, artísticos etc.

Índice vai medir desempenho de Fatecs e Etecs

Fonte: Folha de São Paulo - 26/08/09
O governo do Estado de São Paulo criou um índice para medir o desempenho das escolas de ensino técnico e das Fatecs (Faculdades de Tecnologia).Chamado de Idetec, o indicador avaliará a qualidade de ensino baseado em critérios como o percentual de concluintes e o índice dos que obtiveram emprego graças ao curso.Ele será usado ainda para definir o pagamento de bônus por resultado a professores e funcionários a partir do ano que vem. A bonificação pode atingir até 2,4 salários.As Etecs e Fatecs terão de cumprir metas para os próximos dez anos. Há 162 Etecs e 47 Fatecs em SP.

Câmara aprova vaga obrigatória no ensino médio

Fonte: Folha de São Paulo da Sucursal de Brasília - 26/08/09
A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou ontem projeto de lei que institui a universalização do ensino médio gratuito.Com isso, os Estados passarão a ser obrigados a oferecer vagas aos alunos que quiserem se matricular, segundo o autor da matéria, senador Cristovam Buarque (PDT-DF). Os estudantes, porém, vão continuar a ter a opção de se matricular ou não.O texto ainda precisa ser sancionado pela Presidência da República para virar lei e, se isso acontecer, terá validade em 2010.Hoje, a relação entre oferta e demanda de vagas no ensino médio varia por Estado, segundo o MEC.