terça-feira, 1 de junho de 2010

Unicamp decide participar da avaliação do Enade

Excelente iniciativa.
Fonte: 01/06/2010-22h23 ANDRÉ MONTEIRO DE SÃO PAULO Folha de São Paulo
A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) decidiu participar do Enade, exame do governo federal que avalia o desempenho dos universitários, a partir deste ano. A decisão foi tomada em reunião da Comissão de Ensino, Pesquisa e Extensão na tarde desta terça-feira.
A sugestão de participar do exame foi de um grupo de dez professores que estuda desde o ano passado avaliações de cursos de graduação, além de receber representantes do Ministério da Educação que participaram da elaboração do Enade.
Agora, a USP (Universidade de São Paulo) é a única instituição que não participa do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior, regulamentado em abril de 2004 em substituição ao antigo Provão.
"Tínhamos uma série de críticas à implantação e metodologia do novo sistema, como a prova por amostragem e a não adoção das visitas in loco e de outros indicadores consolidados no Provão. Ainda temos críticas e sugestões, mas o exame foi bastante aprimorado", afirmou Marcelo Knobel, pró-reitor de graduação da Unicamp.
De acordo com Knobel, a universidade vai participar ativamente da avaliação, além de criar grupos para acompanhar as provas e encaminhar sugestões ao MEC.
"Boicote?
Pode acontecer, mas é um problema que vamos enfrentar. Mais importante é mostrar ao aluno a importância de ser avaliado com coerência e seriedade, assim como verificar a qualidade do seu curso em comparação com o restante do país. Os benefícios serão todos dele", diz.
O sistema de avaliação do MEC leva em conta a titulação do corpo docente (número de doutores e mestres) e a avaliação dos alunos em relação à infraestrutura dos cursos, que, com o Enade, formam o CPC (Conceito Preliminar de Curso).
Quem faz a prova
Em 2010, serão avaliados no Enade cerca de 4.500 cursos das seguintes graduações: agronomia, biomedicina, educação física, enfermagem, farmácia, fisioterapia, fonoaudiologia, medicina, medicina veterinária, nutrição, odontologia, serviço social, terapia ocupacional e zootecnia.
Participam do exame os estudantes ingressantes e concluintes. São considerados ingressantes aqueles que concluíram entre 7% e 22% da carga horária mínima do currículo até 2 de agosto. Já os concluintes são aqueles que até a mesma data cumpriram pelo menos 80% da carga horária ou que terão condições de conclusão em 2010.

Secretaria divulga lista de classificados no concurso para

A SEE comete mais um erro ao chamar os primeiros classificados, com isso pode ter mais professores de uma disciplina. Deveria chamar os primeiros classificados por disciplina, mas o governo faz isso para mais uma vez enganar a população, haja vista que dependendo da disciplina quase não teve aprovados, sendo assim mais uma vez somos enganados pelos números. O governo pensa que engana a quem? aos professores que vivenciam um mundo bem diferente do que é propagado? as famílias que sabem que seus filhos não aprendem nada na escola? ou aos eleitores que não convivem com essa realidade e se deixam levar por esse engodo pedagógico? Senhores, por favor, pensem muito antes de votar. A educação paulista esta fadada ao fracasso se continuarmos com todos esses atropelos e erros. Falta de planejamento? Falta de Infraestrutura? ou falta de vergonha na cara mesmo? por um princípio democrático, cada um que tire suas conclusões.
Fonte: Sexta- feira, 28 de maio de 2010 13h00 - www.educacao.sp.gov.br
A relação de classificação dos 52.839 candidatos aprovados está no Diário Oficial do Estado desta terça-feira;
Serão convocados os 10.083 melhores classificados, de acordo com o resultado da prova e a soma dos títulos dos docentes
O Diário Oficial do Estado traz na edição de hoje (1º/jun) a lista de classificação dos 52.839 mil candidatos aprovados no concurso destinado a docentes do Ensino Fundamental Ciclo II e do Ensino Médio (PEB II) e de Educação Especial da rede pública estadual.
Do total de candidatos aprovados na primeira prova do concurso, realizada no dia 28 de março, serão convocados os 10.083 melhores classificados, de acordo com o resultado do exame e a soma dos títulos dos candidatos.
Os 10.083 candidatos convocados poderão escolher em julho a escola em que querem lecionar e farão o curso de formação oferecido pela Escola de Formação de Professores entre agosto e novembro deste ano, ainda como fase do concurso. Os que forem aprovados no curso serão nomeados e poderão ingressar como efetivos no início do ano letivo de 2011.
Os demais classificados que não estiverem entre os 10.083 convocados terão de aguardar uma segunda oportunidade e poderão ser chamados, em 2011, para vagas remanescentes e poderão lecionar depois de fazerem o curso de formação.
Sobre o concurso
O concurso destinado a 10.083 mil vagas para professores do Ensino Fundamental Ciclo II e do Ensino Médio (PEB II) e de Educação Especial da rede pública estadual teve mais de 260 mil candidatos inscritos. No total, fizeram as provas cerca de 230 mil candidatos. As avaliações foram voltadas aos cargos para as disciplinas de biologia, educação física, história, língua portuguesa, matemática, química, sociologia, artes, ciências físicas e biológicas, filosofia, física, geografia, inglês e educação especial.
A prova foi composta por 80 questões objetivas, referentes ao perfil específico exigido para cada disciplina e à parte geral comum a todas as áreas.

Muitos pela educação, poucos pelos professores

Fonte: O Tempo, 31/05/2010 - Belo Horizonte MG - Procópio Cardozo Neto
Como praticar justiça salarial aos professores? Se o leitor procurar respostas nas contas do orçamento público, certamente não serão encontradas. Mas, se quiser garantir qualidade no ensino, há necessidade de remunerar melhor os profissionais da educação. Do ponto de vista do orçamento público, é uma conta que pode ser feita na rubrica de custos ou na de investimentos. Atualmente, a administração pública encontra-se refém da Lei de Responsabilidade Fiscal, mas não é essa a única lógica a prevalecer.
Defender a educação é lugar-comum, mas, contraditoriamente, poucos defendem os professores. Desnecessário enumerar as razões óbvias de que educação não se pratica sem mestres. Mas é comum deparar com algum equívoco que ofusca essa premissa. A prioridade educacional do país é alcançar o acesso universal à escola, mas a valorização do magistério não acompanha esse princípio. Relegados ao segundo plano na política educacional do país, cumpre aos professores conquistarem a solidariedade da sociedade civil. Ao Estado cabe garantir a educação, mas é a sociedade civil a principal interessada nos frutos obtidos através da educação. O Brasil encontra-se numa encruzilhada entre avançar na direção dos países desenvolvidos ou retornar a persistentes ciclos viciosos. Para seguir em frente, somente através da estrada da educação é possível alcançar o desenvolvimento pleno. Nenhum país chegou lá a não ser através dessa estratégia. Não existem atalhos.
A nação tem que fazer suas escolhas sob pena de fragmentação das conquistas alcançadas até aqui com imensos sacrifícios. A tecnocracia considera a mão de obra barata uma das vantagens comparativas do Brasil. Em nome desse paradigma, vários sacrifícios foram impostos aos trabalhadores brasileiros. Se várias categorias libertaram-se desse preceito e conseguiram melhorias salariais, o mesmo não aconteceu com os professores. Quando trabalhei no Qatar, testemunhei o extraordinário poder transformador da educação. Em apenas três décadas, de povos beduínos os qatarianos alcançaram um dos melhores índices de desenvolvimento humano do planeta. Lá, o magistério é a categoria mais valorizada. O país, que só tinha petróleo e deserto, hoje tem conhecimento.
Educação é custo ou investimento? Essa é a pergunta certa a se fazer neste curso da história do Brasil. Na visão de estadistas, recursos públicos aplicados na educação são investimento; na ótica míope dos tecnocratas, é custo. Trata-se de diferença crucial para o país: escolher entre o comodismo de continuar sendo um dos maiores vendedores mundiais de commodities ou aplicar os royalties recebidos dessas vendas na educação. Recursos naturais se esgotam e privam as gerações futuras de usufruí-los. Conhecimento, ao contrário, é uma riqueza legada às próximas gerações. São essas as respostas para corrigir as injustiças salariais praticadas aos professores.

MEC lança manual de cursos técnicos

Fonte: 01/06/2010 Karina Chimenti do Agora
A nova edição do Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia do MEC (Ministério da Educação) foi lançada, ontem, em um seminário em Brasília e já está disponível para consulta na internet.
A publicação foi atualizada e possui dez novos cursos, em três novos eixos tecnológicos: o militar, o de segurança e o de apoio educacional.
Criado em 2006, o catálogo é atualizado anualmente e tem o objetivo de orientar estudantes, educadores, instituições, sistemas e redes deensino, entidades representativas de classes e empregadores sobre o teor e a infraestrutura de cada uma das formações tecnológicas existentes, além de contribuir para dar maior visibilidade e reconhecimento público e social a essas graduações.
O catálogo inclui 112 graduações tecnológicas divididas em 13 eixos diferentes.
Cursos como o de produção fonográfica, agora, podem ser encontrados nas instituições que oferecem os cursos tecnológicos, o que deve auxiliar na formação desses profissionais.
Além de representar a criação de novas graduações e ampliar o acesso ao ensino superior, os cursos de tecnologia podem receber uma concepção regional, ou seja, um curso técnico em produção poderá ter sua especialidade definida de acordo com as características da região onde ele será ministrado.
O desconhecimento da população e das empresas ainda traz algumas dúvidas sobre esse tipo de formação, mas, aos poucos, a sociedade poderá compreender como o ensino tecnológico é importante para o desenvolvimento da educação. "Os cursos superiores de tecnologia, a cada dia, ganham mais espaço no Brasil, que ainda tem uma cultura bacharelesca", disse Eliezer Pacheco, secretário de educação profissional do MEC.
O catálogo está disponível para consultas no site do Ministério da Educação, e os interessados podem adquirir o catálogo impresso nas instituições que oferecem os cursos tecnológicos.

Usar os neurônios ainda é o melhor investimento

Vale a pena a leitura.
Fonte: Jornal Folha de São Paulo, de 1°/06/2010 - SUZANA HERCULANO-HOUZEL - suzanahh@uol.com.br
As últimas décadas mostram que o cérebro melhora com o uso: quanto mais desafiado ele é, melhor ele fica
PRIMEIRO FORAM os videogames, que exercitam a habilidade de atenção seletiva, memória de trabalho, coordenação motora, raciocínio e estratégia.
Depois veio a internet, que tornou ainda mais fácil o acesso a jogos de menor complexidade. Treinar a memória, a atenção, o raciocínio está ao alcance de todos através da rede. Mas isso serve para alguma coisa?
"Não", diz um estudo financiado por um programa da BBC e publicado na "Nature". Telespectadores se ofereceram para jogar dez minutos ao dia, três vezes por semana, por seis semanas.
Depois disso... não tiveram nenhuma melhora significativa em suas habilidades cognitivas, embora tivessem melhor desempenho nos jogos treinados. Conclusão do estudo, alardeada pela imprensa: "Jogar na internet não adianta nada".
Uma pena a imprensa não ter dado o mesmo valor a todas as outras pesquisas que mostram que, sim, exercitar a memória de trabalho e a atenção seletiva traz benefícios palpáveis não só a elas mesmas como também à capacidade de raciocinar e resolver problemas.
Faz sentido: se a memória de trabalho determina quantas informações conseguimos manter ativas, disponíveis para serem cruzadas e associadas mentalmente, então melhorar essa memória deve ajudar no raciocínio.
Funciona até em camundongos: o treino com exercícios que exigem atenção seletiva torna os animais mais capazes de aprender tarefas novas em seguida.
Concordo que é importante difundir o resultado negativo do estudo da BBC. Seria errado levar alguém a crer que jogar dez minutos na internet ou em "programas de treinamento do cérebro" vai torná-lo "mais inteligente".
Mas usar um único estudo -e baseado em apenas quatro horas totais de treino!- para desqualificar a importância de exercícios mentais, quando há todo um corpo de pesquisas que atestam o valor da prática e do estímulo a uma atividade mental rica e intensa, é lamentável.
Ávida por dar a notícia de que as pessoas estariam gastando tempo e dinheiro à toa, a mídia reforçou a mensagem de que o empenho é inútil. Nada mais equivocado.
As últimas décadas da neurociência mostram justamente que o cérebro melhora com o uso: quanto mais desafiado, melhor fica -e nunca é tarde para começar.
SUZANA HERCULANO-HOUZEL, neurocientista, é professora da UFRJ e autora de "Pílulas de Neurociência para uma Vida Melhor" (ed. Sextante) e do blog www.suzanaherculanohouzel.com